O luto é sobre perder e viver é estar sempre exposto ao risco da perda!
A dimensão da perda é própria da vida humana. Ao longo da vida fazemos escolhas e, às
vezes, ao escolher uma alternativa abrimos mão de outras. Ou seja, podemos ganhar algo
a partir da nossa escolha, porém em certa medida também perdemos!
Enquanto estamos vivos somos acometidos por toda a sorte de acidentes e situações
inesperadas (ou inexplicáveis) que fogem do nosso controle, e outra vez mais, podemos
perder, mas sem a possibilidade de escolha.
O luto pode ser entendido quase como um processo natural do desenvolvimento humano,
ou seja, crescer também é perder. Para se alcançar uma nova posição no mundo
precisamos abandonar o lugar antigo. Por exemplo, os pais e responsáveis precisam
enfrentar o luto de deixar uma criança crescer para o mundo e se tornar um adolescente,
e assim por diante.
O luto é por aquilo que faz bem, mas o luto também é por aquilo que faz mal! Tudo o que
se faz acostumar, tanto bom quanto ruim, causa uma sensação de falta quando é perdido
e pode fazer alguém entrar em processo de luto.
O enlutamento ocorre quando se perde algo na vida: objetos desejados, profissões,
condições de vida, sonhos, posições no mundo, estados de espírito, amigos,
relacionamentos amorosos e entes queridos. Inclusive, existe luto em situações que antes
só faziam mal, por exemplo, ao sair de um relacionamento ruim as pessoas podem sofrer
intensamente quando até isso é perdido.
Ao entrar em luto por perder alguém que se ama as pessoas precisam de ajuda e apoio.
Sobreviver ao luto envolve ter forças para continuar a vida. A terapia é um caminho para
lutar pela continuidade da vida ao permitir que se fale abertamente sobre tudo: ansiedades,
angústias, medos, inseguranças, fantasias, saudades, paixões; e, sobretudo,
questionamentos sobre a vida e a morte – de onde viemos e para onde vamos.
Se você precisa, busque ajuda profissional e qualificada!
Psicólogo Marcelo Hayeck
CRP 04/56450