Quando uma pessoa está em uma crise de ordem emocional fica muito difícil realizar
qualquer atividade sozinha. Quase como se fosse impossível fazer algo por si ou como se
o peso do mundo estivesse sobre o sujeito. Tudo o que a pessoa sente se torna muito
confuso para ser diferenciado. Sentimentos, emoções, pensamentos e sensações ficam
emaranhadas entre si e, geralmente, ecoam algo negativo.
A tendência é que sozinho cada um encontre um “jeitinho” para fazer a ansiedade ou a
angústia ir embora e encerrar as crises. Esse jeito que cada um vai encontrar resolve o
adoecimento somente durante um curto espaço de tempo, pois nunca se encontram as
origens e raízes do problema. Logo, as crises mensais se tornam semanais, depois, diárias
e assim por diante.
Ao procurar ajuda profissional e se dedicar ao trabalho terapêutico, aos poucos, as crises
podem começar a adquirir sentido e o que antes era “inominável” e confuso passa a pelo
menos ter nome. Tendo nome, se busca a história e o motivo para o adoecimento!
O caminho para a cura acontece a partir da lembrança e do reconhecimento da história de
vida de cada um: ao se localizar as origens da ansiedade e encontrar o que sustenta a
angústia, isto é, aquilo que impede e paralisa as pessoas causando as crises emocionais.
Entretanto, nada disso ocorre sozinho!
Se tudo isso parecer pouco ou básico demais, lembre-se: tudo o que somos – literalmente,
tudo – é a partir da palavra. A linguagem é aquilo que nos permite sermos pessoas,
transitando entre a felicidade e a insatisfação; o prazer e o desprazer; a ansiedade e a paz.
Especialmente, o trabalho do psicólogo acontece a partir das diversas formas de
linguagem.
A palavra pode deixar marcas difíceis para a vida toda, mas também pode curar, sobretudo
quando alguém se dispõe a falar de si para uma outra pessoa com uma escuta qualificada.
Psicólogo Marcelo Hayeck
CRP 04/56450