As imagens nas redes sociais alimentam o nosso imaginário e nos fazem supor quão bom ou ruim é aquilo que aparece em uma foto. Isso é muito bom, pois permite que as pessoas compartilhem algumas partes de quem elas são, o que gostam de fazer e até mesmo o seu trabalho. Entretanto, a parte ruim fica na conta de que a imagem não corresponde totalmente à realidade.
Aliás, as imagens, por si, são [vazias].
Nos dias de hoje ficamos refém se nos prendermos apenas nas imagens, por exemplo, ao valorizar algo que aparenta ser interessante e ao desvalorizar aquilo que se recusa a entrar no jogo de imagens das redes sociais. A vida passa a ser quase como se não existisse nada para além da imagem. A parte mais difícil é entender que não é fácil encontrar uma saída ou uma forma garantida de se proteger dessas armadilhas.
As ferramentas humanas não costumam ser boas ou ruins por si, mas existem os usos que cada um vai fazer dos instrumentos.
As imagens nas redes sociais vêm contribuindo para o adoecimento psíquico da população ao mostrar uma vida que se supõe ser perfeita e totalmente bela. Ao estipular imagens que nos servem de comparação, mas que omitem tudo aquilo que está por trás: as condições, os objetivos, as edições e tudo a mais que sustentam estas imagens.
Atenção, aqui está a parte interessante: o mundo virtual não é o único campo que seduz e engana pela imagem. Para se libertar um pouco das imagens que habitam as redes sociais, precisamos nos libertar das imagens que governam a nossa vida em outros sentidos. Precisamos em certa medida nos libertar da imagem que fazemos de como a vida precisa ser e da imagem imutável que criamos sobre quem nós somos.
Psicólogo Marcelo Hayeck
CRP 04/56450